"NÃO PODE HAVER MAIS DERRAMAMENTO DE SANGUE DA JUVENTUDE"

O Primeiro-Ministro (PM), Xanana Gusmão, afirma que o Congresso do Conselho Nacional da Juventude de Timor-Leste (CNJTL), deve discutir melhor o futuro e o bem-estar dos jovens para que não haja mais derramamento de sangue. Kay Rala Xanana Gusmão falou sobre este assunto, no seu discurso, quarta-feira, 15/8, na cerimónia do CNJTL, no Ginásio de Díli.

Defendeu que toda a gente cita frequentemente que a juventude é o futuro da nação e alguns exigem um papel activo da juventude. «Falei com os Administradores para que não apresentem todos os assuntos a Díli. Devem fazer qualquer coisa já, senão teremos de avaliar os seus serviços».

Kay Rala Xanana Gusmão acrescentou que o Parlamento comunicou à juventude que o Governo está a fazer esforços para que isso se torne uma realidade, mas que o Congresso também deve dar a sua atenção a este aspecto. «Não podemos ver os mesmos problemas, mas penso que os jovens podem resolver essa situação. Os jovens nos distritos poderão organizar-se para que nas actividades das organizações possam ter formação em educação cívica, direitos humanos, Constituição e Leis e promover discussões sobre estas e os partidos políticos. Nos distritos realizamos as actividades através de cursos. Sigam o que é indicado no vosso emblema (“o pombo que leva a paz e a tolerância”) e assim os jovens poderão assegurar a base e a raiz de Timor-Leste.»

Referiu que o Governo apoiará a juventude para fazer qualquer coisa que tenha valor, para que os jovens não batam à porta de ninguém a pedir dinheiro. A juventude deve preparar-se para participar no processo de desenvolvimento nacional. Neste caso, o Governo não atribuirá bolsas aos estudos de ciências políticas, sendo prioritários os estudos de matemática. «Se houver divisões dentro das nossas instituições e se não houver boas relações entre as mesmas, a ONU permanecerá mais tempo no nosso país. Pelo contrário, quando houver unidade, a ONU partirá», afirmou. Kay Rala Xanana Gusmão acrescenta que se os jovens pretendem a paz e a estabilidade devem criá-las, senão as FSI e a UNPOL permanecerão em Timor-Leste.

Os desafios não são só para as instituições do Estado mas para nós próprios, portanto o papel da juventude é estabelecer Timor-Leste. A política do Governo actual dará mais atenção aos jovens. «Apesar de nos confrontarmos ao nível da liderança com argumentos, na base devem respeitar-se uns aos outros, não andando a discutir “o problema do Xanana e do Marí”, mas discutindo o vosso bem-estar», explicou. «Eu e o Marí somos duros na política mas quando estamos fora respeitamo-nos um ao outro. Muitos dizem que mentimos ou fazemos “ sandiwara ” mas a política é mesmo assim», concluiu Xanana.

JNSemanário - Título TLN